Câncer de pâncreas tem a menor taxa de
sobrevida em cinco anos entre todos os tumores malignos
A
chance de um paciente com câncer de pâncreas viver por ao menos cinco anos após
o tratamento é de 12,8%, a menor taxa de sobrevida entre todos os tumores
malignos. Quando diagnosticado em estágios iniciais, a taxa sobe para 44%, mas
com metástase, cai para apenas 3%. O câncer de pâncreas é o sétimo tipo de
câncer mais letal no mundo, com 466 mil mortes anuais
O
câncer de pâncreas é uma das formas mais agressivas de câncer, com uma taxa de
sobrevivência em cinco anos de apenas 12,8%, segundo o levantamento SEER (Surveillance, Epidemiology, and
End Results Program) do National
Cancer Institute, dos Estados Unidos. No entanto, quando
diagnosticado em estágios iniciais, antes da metástase, a taxa de sobrevivência
sobe para 44%. Se a doença já se espalhou para outros órgãos, a sobrevida reduz
drasticamente para 3%. O jornalista e locutor Léo Batista, falecido no domingo
(19), aos 92 anos, havia recebido o diagnóstico de câncer de pâncreas.
Responsável
por cerca de 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de
mortes causadas pela doença no Brasil, o câncer de pâncreas é também o sétimo
câncer mais letal no país. Isso acontece porque a maioria dos pacientes inicia
o tratamento nos estágios mais avançados da doença. No início, o câncer no
pâncreas apresenta sintomas inespecíficos (que podem ser confundidos com os de
outras doenças) como fraqueza, perda de peso, falta de apetite, dor abdominal,
urina escura, olhos e pele de cor amarela, náuseas e dores nas costas
Atenção aos fatores de risco
Não
há um método efetivo de rastreamento, que visaria o diagnóstico em fase mais
precoce e, por conta disso, a melhor estratégia é ter atenção aos fatores de
risco, evitando-os, entre eles o tabagismo. Para as pessoas que apresentam alto
risco, como aquelas com histórico familiar de câncer de pâncreas ou síndrome de
pancreatite hereditária, os médicos podem solicitar exames de triagem para
detectar o câncer. “Outras avaliações que podem ser incluídas são exames de
imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética ou testes de
sangue. Embora a relação com o diabetes não esteja completamente esclarecida,
há um ponto a se prestar a atenção: pacientes que iniciam quadro de diabetes
súbito em idades mais avançadas ou que tem seu quadro de diabetes descompensado
sem outra causa aparente devem realizar exames para descartar a presença da
neoplasia”, explica o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro,
presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)
O
especialista reforça a importância de prevenir a doença. “Por não existir
nenhum método eficaz de diagnóstico precoce de rotina, o que a população
precisa fazer é ter atenção aos fatores de risco, como a idade avançada (a
doença é mais frequente a partir dos 50 anos), não fumar, evitar bebidas
alcoólicas, além de praticar exercícios e ter boa alimentação para reduzir o
risco de obesidade. Também se recomenda procurar um especialista em caso de
histórico familiar. Se uma pessoa apresentar um ou mais desses fatores de risco
e apresentar sintomas vagos e inespecíficos, é importante que ela consulte um
médico para avaliação”, explica Pinheiro.
Como é o tratamento?
Em
relação ao tratamento, é necessário fazer uma análise criteriosa sobre o
estágio da doença, da localização do tumor, da saúde geral do paciente e de
outros fatores biológicos. “A cirurgia costuma ser o tratamento mais eficaz.
Existem dois tipos de abordagens possíveis para o pâncreas: a cirurgia potencialmente curativa,
realizada em estágios iniciais, indicada em cerca de 20% dos casos e a cirurgia paliativa,
realizada quando a doença está disseminada, com o objetivo de aliviar os
sintomas e prevenir complicações.”, explica Rodrigo Nascimento Pinheiro. Além
disso, outros tratamentos não-cirúrgicos, indicados caso a caso, também
contribuem para aumentar a sobrevida dos pacientes, como a quimioterapia,
radioterapia.
Sobre a SBCO - Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos,
com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros
profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer.
Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de
conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento
possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica
brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro
(2023-2025).
Informações à Imprensa:
SENSU Consultoria de Comunicação
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