QUASE ATOR DE 'MALHAÇÃO', DONO DO MAIOR CANAL DE PREGAÇÃO DO MUNDO, AMIGO DE CRAQUES DA SELEÇÃO: DEIVE LEONARDO, O INFLUENCER DA FÉ

Muitos o chamam de pastor. Ele não é. Outros referem-se a ele como coach. Também não se aplica. O acusam de ser mercador da fé. Não era o objetivo. Mas até poderia ser tudo isso, não fosse Deive Leonardo, na essência, um amante da Palavra de Deus e sua tradução bíblica. Aos 32 anos, o evangelista, como se autodenomina, é um fenômeno no mundo digital. É dono do maior canal de pregação do mundo, com 372 milhões de visualizações, e quase 13 milhões de seguidores só no Instagram. O chamaram. Ele atendeu.
“Gosto de dizer que Jesus me buscou. As pessoas têm o costume de buscá-lo só quando sentem que estão perdendo o controle sobre as coisas. Quando na verdade só quem tem o controle de tudo é Deus. É a máxima de que se não vai pelo amor, pela fé, vai pela dor”, avalia.
No caso dele, foi um misto dos dois sentimentos. Deive cresceu no meio evangélico. Fez teatro nos palcos da igreja Assembleia de Deus, na qual congrega até hoje (mesmo sendo visto por alguns membros do alto escalão com certa desconfiança pelo engajamento que conseguiu em tão pouco tempo), e seguia uma vida pautada por frequentes conversas com Deus, que de acordo com ele, lhe prometia um futuro no qual seria um dos grandes disseminadores de seus ensinamentos.
Tudo ia bem, de acordo com os planos traçados pelo etéreo, até que a família de Deive passou por um revés daqueles que testam a fé de alguém. O pai foi à falência, fugiu, abandonou a família, que perdeu a casa. O caos abalou as estruturas das crenças de Deive, que aos 16 anos abandonou a igreja.
Foram três anos afastado, com questionamentos profundos. Afinal, onde estava aquele futuro de glórias prometido pelo Senhor? “Eu desconectei completamente de Jesus. Estava na faculdade de Direito, aparentemente tudo bem, mas não estava”, conta ele, que nessa época chegou a dar passos na carreira de modelo e passou até para um teste em “Malhação”:
“Em abril de 2009, eu tive um encontro com Jesus. Não com a igreja, ou ao que me foi ensinado. Foi quando todas as promessas voltaram a fazer sentido. Me reconectei a ele num momento bem difícil, onde até minha vida pensei em tirar. Eu dobrei os joelhos no meu quarto, com a Bíblia que meu avô me deixou de herança, e eu gritava: ‘Onde está tudo aquilo que o senhor me prometeu?. Preciso ouvir sua voz’. E do nada abri o livro e caiu o salmo 116: ‘Eu amo o Senhor, porque ele me ouviu. Ele inclinou os seus ouvidos para mim... Quando eu já estava sem forças, ele me salvou’.
A partir daí, Deive se tornou bem mais que um discípulo. Passou a contar aos amigos sua experiência. Sem temer a fama de chato. “Quando você diz algo com tamanha verdade, ninguém vai te tratar assim”, observa. Entre amigos, pode ser que não. Mas entre internautas...
Deive não está livre dos haters. E quase desistiu por causa deles: “Eu fiquei bem chateado numa época. Cheguei a falar com minha esposa que deveria largar aquilo porque não faz sentido tantos ataques, vindos de tantas pessoas diferentes. Mas se Jesus não agradou a todos, quem sou eu?”.
Ele pode até não ser unanimidade, mas chama atenção do mundo. Em 2023, vai passar com sua turnê pela África, Ásia e Europa. Usando um banquinho e um microfone vai fazer o mesmo que faz em seu canal, sobretudo às segundas-feiras, 7h, num encontro semanal marcado com seus fiéis admiradores. Já ouviu deles, milhares de testemunhos, depoimentos sobre o que conseguiu transformar em suas vidas.
Esses tocados pelas palavras de Deive vão de anônimos a famosos, como Neymar, de quem se tornou próximo. Ele, aliás, esteve assistindo à Copa do Mundo no Catar, e após a derrota da seleção em busca do hexa, esteve com cada um dos jogadores para levar um conforto. “Uma palavra nessa hora é tudo que alguém precisa. Estive com os meninos e eles estão bem”, conta.
Cenas como estas poderiam deslumbrar o evangelista. O antídoto, ele diz, está vinculado ao passado. Casado há 12 anos com Paulinha Leonardo, pai de três filhos (e fábrica encerrada), Deive está se mudando agora para um novo apartamento, mais confortável, que comprou na planta. Na mesma Itajaí onde começou a família numa kitinete, pela qual pagava R$ 320 por mês. “Mandei emoldurar o recibo para colocar na casa nova e lembrar todos os dias de onde viemos e quem fez isso por nós. A vida não se trata de viver o amanhã. Estamos nos esquecendo do propósito de viver o hoje, criando uma expectativa mística no que virá, quando o que falta é olhar para o que já se tem e fazer o melhor com isso, diariamente, honrando os propósitos de Jesus”.
fonte:https://extra.globo.com/
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