quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Sexo e Diabetes? Dá para conviver! Anote algumas dicas para driblar desafios após o diagnóstico 

Sim, o que está acontecendo com seu nível de açúcar no sangue pode ter um impacto em como você se sente sexualmente. Mas há maneiras de solucionar 

Por Regina Racco




 Foto: Freepik

Um diagnóstico de diabetes não é algo fácil de se lidar. Facilmente pensamos “nunca mais serei eu mesmo de novo”, “minha vida como conheço acabou”.... É um enorme impacto. A cabeça dá voltas, é difícil acreditar; de imediato vem a revolta, os "porquês", a dor. Mas quanto mais cedo a pessoa aceitar, mas rápido tornará possível estabelecer as novas diretrizes na vida. Diabetes é uma condição, não sentença, e hoje, com os avanços da medicina e todo o apoio disponível, conviver com a diabetes não é tão difícil quanto antes. E quando você recebeu seu diagnóstico, pensou de imediato sobre sua alimentação (principalmente as proibições), seu peso, a dieta “chata” que será imposta (lembre-se, neste momento você ainda está vivendo a revolta). Logo, se animará ao saber que o protocolo de alimentação atual é bem flexível e totalmente diferente de antes. Claro que haverá a necessidade de maior observância, mas nada que você não possa se adaptar.

Com o diagnóstico da diabetes, o que poderia acontecer com a sua vida sexual dificilmente passou por sua cabeça, pelo contrário, é comum a pessoa relegar para segundo plano tal preocupação, embora não devesse. Sim, o que está acontecendo com seu nível de açúcar no sangue pode ter um impacto em como você se sente sexualmente. A diabetes infelizmente pode levar à disfunção sexual. Estimativas indicam que 50% dos homens e 30% das mulheres com diabetes experimentam problemas sexuais em graus variados, é um número considerável, não podemos ignorar. Portanto, informar ao seu médico qualquer problema nesta área ajudará na prevenção de agravamentos posteriores.

Como diabético, portanto, você poderá ter vários obstáculos para alcançar uma vida sexual satisfatória, mais do que outras pessoas, tais como mudanças hormonais, comprometimento no sistema nervoso central, circulatório e endócrino e outros sintomas nem um pouco sexys. Leva-se em consideração, também, o emocional, seu grau de preocupação e o impacto que sua atual condição causará no parceiro; enfim, problemas, mas como tais, possíveis de serem solucionados, quando encarados de frente e não deixados de lado - essa atitude sim, um grande perigo e com efeitos colaterais.

A boa notícia é que uma vez que você aprenda a controlar sua condição, os sintomas tendem a diminuir. Hoje uma pessoa vive perfeitamente bem, com sua diabetes, também na vida sexual, mesmo que alguns ajustes tenham que ser feitos. Ao final, é até possível que a vida sexual se torne melhor ainda, já que a grande maioria dos casais “esquecem” os cuidados necessários para manter aceso o fogo, ao contrário de alguém que convive com algum tipo de “risco” em perder a libido. Assim como problemas cardíacos levam seu portador a cuidados especiais que acabam por proporcionar uma vida mais sadia e consequentemente mais longa, o diabetes controlado fará com que você também possa usufruir de uma vida saudável e feliz, mesmo com todos os cuidados que devem ser tomados, Coloquei algumas dicas importantes que tenho certeza, ajudarão, afinal é plenamente possível superar esses obstáculos e você merece todo o prazer do mundo!

Em tempo: Não esqueça de ficar atento (a) à neuropatia periférica, causada pela diabetes. Entre outras doenças, essa condição prejudica a comunicação cérebro/nervos, causando problemas em pés, pernas, mãos, enfim, no corpo todo, incluindo aí a delicada região genital. Treinar a ginástica íntima, fazer as contrações, ajudam a mulher a se proteger contra a perda de sensibilidade no local. Assim como a mulher, também o homem tem que se cuidar, a neuropatia pode prejudicar até mesmo a ereção! Não deixe de fazer acompanhamento médico.

Algumas dicas para conciliar sexo e diabetes:

1. Ajuda mecânica

Mulheres diabéticas têm frequentemente diminuição do fluxo sanguíneo para a vagina devido à alterações dos vasos, o que leva a menos excitação e sensação. Estudos mostram que os diabéticos podem não alcançar o orgasmo tão facilmente como outras pessoas, devido a alterações vasculares e danos nos nervos. Em suma: o que costumava funcionar para você em termos de atingir o orgasmo pode não estar funcionando mais tão bem assim, então é hora de introduzir novos “auxiliares” no seu repertório. A maneira mais rápida de obter o estímulo que você precisa é um vibrador. Mesmo sendo o seu parceiro maravilhoso, com uma pequena ajuda do brinquedo, será mais fácil obter orgasmos. Escolha um modelo que estimule o clitóris (nosso maior órgão de prazer), os efeitos normalmente são mais imediatos, do que pela penetração e seu parceiro aceitará também mais facilmente essa “ajudinha”, afinal a penetração continuará sendo “território” dele

2. Atenção ao pH

O aumento dos níveis de açúcar no sangue e pode interferir negativamente no equilíbrio do PH de sua vagina, aumentando a incidência de infecções vaginais. Quando o pH sobe, há o risco de os lactobacilos existentes na vagina saudável não sobreviverem, propiciando assim o crescimento das bactérias ruins causando infecções por fungos e bactérias (vaginites). Uma forma de manter a saúde vaginal é um gel que mantém o equilíbrio do PH, consulte seu médico sobre o mais indicado para você. Ele agirá também como hidratante, o que dará mais conforto no ato sexual.

3. Controle seus níveis de glicose

Bem, essa é uma condição primária ao diabético, mas saiba que além da saúde como um todo, a sua vagina vai agradecer por isso, também. Talvez você nunca tenha pensado que mantendo a sua glicose sob controle, melhoraria sua função sexual, mas é exatamente isso que acontece. As taxas normais de açúcar no sangue ajudam a proteger os vasos sanguíneos e danos nos nervos, tornando mais fácil para a sua vagina, combater as infecções. Isso significa preferir carboidratos com baixo índice glicêmico, como os grãos integrais, consumir mais proteínas, frutas e vegetais. Prestar atenção às calorias também é importante: "Menos alimentos exigirão menos trabalho das células produtoras de insulina, assim como eliminar a gordura extra no pâncreas equilibrará a produção de insulina", quem diz isso é o Dr David Kendall, MD, Diretor Científico e Médico no American Diabetes Association. Não dispense, pois, o auxílio de um nutricionista para orientá-la nestas questões

4. Mexa-se

Pesquisas mostram que exercícios desempenham papel fundamental na reversão dos sintomas do diabetes e fazem maravilhas na sua vida sexual, fortalecem o coração, melhorando a flexibilidade e resistência, e aumentando o fluxo de sangue para as áreas de suma importância (como as sexuais). Mas você não precisará ser uma maratonista para usufruir desses benefícios (embora muitos entrem neste mundo exatamente para resgatar a saúde): caminhadas de meia hora diária, hidroginástica, yoga podem ser de grande ajuda, o importante neste caso é mexer-se! Afinal, já está mais que comprovado que os exercícios aumentam a circulação, diminuindo as sensações de dormência e dores em áreas que podem ter sido afetadas por danos nos nervos como os dedos dos pés e das mãos.

5. Comer para entrar no clima

Alimentos afrodisíacos não são invenções de sites eróticos, acredite! Já há estudos apontando alguns alimentos como capazes de efeitos diretamente ligados ao bom desempenho sexual. Assim, o consumo desses alimentos pode ter efeitos positivos sobre o seu desejo sexual. O mineral zinco, por exemplo, funciona como um bom estimulante da libido, ajudando com os níveis de produção de testosterona, hormônio ligado a um aumento do desejo (sim, os corpos das mulheres produzem testosterona, também). Mas quais os alimentos que ajudam neste caso? A ostra é uma das melhores. Ela possui mais zinco que qualquer outro alimento. Outras boas fontes de zinco incluem carne vermelha (que é saudável com moderação), caranguejo e castanha de caju e do Pará, fígado de frango, sementes de abóbora, amendoim. Morango também é uma ótima fonte, além de ser uma fruta gostosa e sexy...


6- Use um lubrificante sem açúcar

Lubrificante deve ser uma parte do arsenal sexual de todos, mas os diabéticos precisam mais dos que os outros, isso é fato. Fiquem, porém, atentos a lista de ingredientes, alguns podem conter açúcar em suas formas menos conhecidas do público leigo, como a glicerina e o propileno glicol, que poderá interferir no PH da sua vagina. Verifique a lista de ingredientes e prefira um lubrificante que não contenha açúcar, o que menos você precisa é de um produto que trabalhe contra você.

7. Ame seu corpo!

Um bom número de pessoas com diabetes perde peso e são mesmo incentivadas a isso pelos médicos, como forma de proteção, mas nem sempre essa perda de peso é bem recebida, algumas mulheres sofrem com a modificação do seu corpo e isso pode ser um problema na vida sexual. E saiba que esse problema não é exclusivo do diabético, estudos apontam a insatisfação com o próprio corpo como um grande complicador quando o assunto é a cama. Mas, neste caso, coloque sua mente para trabalhar. Se apenas corpos perfeitos fossem desejáveis, certamente o mundo estaria despovoado. Obesos, magros, baixos, altos, todos encontram seus pares. A atração física não está ancorada apenas na forma humana e sim no ser como um todo. Passe a se amar como está agora, essa(e) é você, não se rejeite e certamente ninguém a(o) rejeitará.

8. Durma bem

Se para todo mundo o sono é importante, para o diabético, é fundamental. O sono desempenha um papel importante no controle do sangue, para uma pessoa que durma menos de seis horas por noite, o risco de aumento nos níveis de açúcar no sangue é elevado. Assim, tente obter sempre boas noites de sono, relaxe também durante o dia sempre que possível. Certamente, assim, você se manterá bem mais disponível para os encontros amorosos. Aliás, o sexo prazeroso é um ótimo ajudante no relaxamento, o que influenciará na obtenção do sono reparador.

9. Sexo sem obrigação

O sexo deve ser praticado com prazer, isso é fundamental, e é claro que nem todos os dias você estará a fim. Não tem nada demais dizer não, se seu parceiro quiser e você não. Deixe para outro dia, simples assim. E saiba também que o encontro amoroso não quer dizer necessariamente o sexo propriamente dito. Vocês podem ser eróticos e sensuais sem necessariamente se envolverem em relações sexuais. Podem simplesmente ficar deitados juntos tocando-se carinhosamente e conversando. A satisfação do relacionamento está ligada à satisfação sexual e isso é abrangente, vocês podem obter isso fazendo algo íntimo que não envolva necessariamente a relação sexual em si, como assistir abraçados a um filme, ler literatura erótica juntos, trocarem massagens e carícias...Todas essas atividades são formas de fortalecer os laços e enriquecer a vida amoros

10. Cuide de sua saúde genital

Ninguém deveria ter que viver sem um bom sexo, aquele de qualidade, que dá satisfação e prazer, porque isso é saúde física e emocional, não importando se você tem ou não diabetes. Mas, você mulher, como diabética, você sabe que corre riscos extras e, portanto, deve manter o acompanhamento médico constante. Saiba que se estiver tudo bem, ele a liberará para a ginástica íntima (contrações e assessórios) que manterá a libido em alta e o tônus muscular perfeito. A ginástica auxiliará na manutenção da lubrificação normal, que garantirá a penetração sem os incômodos do ressecamento. Esse auxílio extra está ao seu alcance e é uma prática que a ajudará a superar os obstáculos sexuais e a colocará no patamar normal de libido além de prevenir possíveis efeitos colaterais que interferem no bom funcionamento sexual. Ah, e homens não foram esquecidos, sou autora do Livro: "A Conquista do Prazer Masculino" que ajudará com massagens e contrações, a melhorar a performance sexual.

fonte;https://extra.globo.com/

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