Mulheres casadas se submetem juntas à eutanásia; 'Eu te amo', disseram elas antes de morrer de mãos dadas
Médico teve que deixar as duas inconscientes ao mesmo tempo: 'Você não quer que uma veja a outra morrer'
Por Fernando Moreira
Foto: AFP
Bert Keiser, um médico holandês de 77 anos, que já ajudou mais de 125 pessoas a morrer, revelou ter acompanhado um caso que o afetou fortemente: duas pacientes casadas se submeteram juntas à eutanásia.
"Duas mulheres excepcionais", afirmou Bert à agêncis France Presse.
Monique, 74 anos, sofria de demência. Loes, 88 anos, de uma doença muscular.
"As duas mulheres estavam deitadas na cama, de mãos dadas. Ambas tinham soro no braço e um médico ao lado", relatou o médico. "Elas se beijaram, disseram 'Obrigado' e 'Eu te amo'. Nos entreolhamos e dissemos: Vocês estão prontas, meninas?. 'Sim, vamos', responderam elas Injetamos o medicamento, um barbitúrico, e elas adormeceram imediatamente", acrescentou ele.
O médico disse que estava nervoso porque "elas tinham que ficar inconscientes exatamente ao mesmo tempo e você não quer que uma veja a outra morrer".
Após vários anos de sofrimento, Monique e Loes optaram em 2019 por uma "eutanásia de casal", que permite que os parceiros morram ao mesmo tempo.
"Uma de nós perdeu a cabeça, a outra, as pernas, diziam", lembrou Bert, que já se aposentou, mas ainda ajuda pessoas que optam pela eutanásia.
A Holanda e a Bélgica foram os primeiros países europeus a legalizar a eutanásia – a morte voluntária assistida por um médico.
fonte:https://extra.globo.com/
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