segunda-feira, 3 de junho de 2024

Apaixonado há 45 anos, Sidney Magal diz que já viu filme sobre sua história com a mulher seis vezes: 'Chorei em todas' 

Cantor conta que ele e Magali são opostos em tudo e ela entrega que escolheu Giovanna Cordeiro para vivê-la nas telonas: 'Foi certeira' 

Por Naiara Andrade


— Foto: Reprodução/Instagram

A abertura de “Meu sangue ferve por você” anuncia: “Esta é uma fábula magalesca. Qualquer semelhança com a realidade é uma coincidência cósmica. Obra do destino”. Já é o indício de que o filme que celebra a longeva história de amor de Sidney Magal e Magali West, que acaba de chegar aos cinemas de todo o país, é temperado com boas doses de diversão e fantasia.

— A minha carreira já é uma fábula por si só, né? Paulo Machline (o diretor do longa-metragem) matou a charada! — atesta Magal, aos 73 anos, ressaltando: — Mas a história é perfeitamente real, isso eu posso garantir. Coisas que o personagem fala realmente saíram da minha boca, por isso me emocionam muito. Já assisti ao filme uma meia dúzia de vezes, nas pré-estreias, e chorei em todas elas.

O filme narra o amor à primeira vista entre o ídolo da música popular brasileira, de sensualidade latina e romantismo à flor da pele, a ponto de ser tachado de brega, e a então estudante baiana, de personalidade muito prática e objetiva, que teve seu destino transformado ao participar de um concurso de beleza em Salvador.

— Fui fazer um programa de televisão em que Magali competia com mais de 50 meninas. Bati os olhos nela e pensei: “Meu Deus do Céu, encontrei o amor da minha vida”. Eu disse isso a ela, com todas as letras e afirmei que ela seria a mãe dos meus filhos. E assim foi, há 45 anos — relembra um apaixonado Magal, frisando que os opostos não só se atraem, como permanecem juntos: — Nós somos totalmente diferentes. Mesmo! Por exemplo: em casa, ela assiste às comédias românticas e séries coreanas e árabes que ela ama no quarto, enquanto eu vou para outro cômodo me divertir com meus filmes de aventura. Eu chamo pra comer pizza, ela diz que não aguenta mais. Ela quer viajar o mundo de avião, aí sou eu que não suporto mais, voei a vida toda. Na criação dos nossos três filhos, ela foi mais austera, mais disciplinar, enquanto eu deixava as crianças matarem aula porque estava chovendo. Ela reclama dos meus tênis coloridos e adora usar bege, cinza... Eu digo que, no fundo, não sou brega, mas tropical.

Por “coincidência cósmica” ou não, Magal e Magali se complementam por um “i”, que poderia ser de identificação. E foi a própria quem palpitou na seleção da atriz que a interpretaria nas telonas.

— A escolha da Giovana Cordeiro foi minha. Me ver tão bem representada por ela me trouxe muita alegria. Ela fez uma Magali doce... O pouco que convivemos antes das filmagens só reafirmou que a escolha foi certeira — orgulha-se a bela senhora, de 60 anos.

Já o cantor não quis opinar nos testes para decidir quem o viveria em “Meu sangue ferve por você”. O escolhido foi Filipe Bragança:

— Apesar de ser a minha vida retratada ali, eu sabia que ela passaria pelo crivo de gente entendida em cinema. E tem outra coisa: artista tem o ego forte, se acha perfeito demais, gosta de pôr defeito em tudo. Então, permaneci no lugar do Sidney de Magalhães, espectador da minha própria história. E o resultado foi surpreendente.

Com 23 e 27 anos, respectivamente, Filipe Bragança e Giovana Cordeiro nem eram nascidos quando Sidney Magal atingiu seu auge no cenário musical nacional, nos anos 1970 e 1980.

— Mesmo assim, eu cresci ouvindo as músicas dele, em lugares diversos. Considero Magal um personagem folclórico brasileiro — opina Filipe, que conquistou o papel depois que José Loreto desistiu de protagonizar o filme para interpretar o peão Tadeu, no remake da novela “Pantanal”, gravado na mesma época, em 2022: — Agora, é frequente eu receber áudios de amigos em bares e festas, às 3h da madrugada, cantando “Ah, eu te amo! Ah, eu te amo, meu amor!”.

Giovana fala com empolgação sobre o seu lado mais brega, e conta que ele aflora quando apaixonada:

— Quem não fica? — indaga a namorada do também ator Giuliano Laffayette, acrescentando: — Minha porção tia, que tem a ver com a minha maneira de amar, é brega também. Sou muito babona! Minha sobrinha Thaia, de 11 anos, viveu todo o processo do filme comigo, descobrindo as músicas de Magal. Ela ama!

Tanto Filipe quanto Giovana cantam e dançam em cena. Ela performa um trecho de “Alegria de viver”, arrisca uns passos em “Sandra Rosa Madalena” e faz dueto com o parceiro em “Tenho”, todas do repertório de Magal. Ele solta o gogó, imitando o tom grave do ídolo, em hits como “Meu sangue ferve por você” e “Me chama que eu vou”, assim como em “Nada além”, clássico na voz de Orlando Silva, e “Olha”, sucesso com Roberto Carlos.

“Minha primeira conversa com Magali foi por videochamada durante a pandemia. Ela me atendeu de biquíni: ‘Amiga, vai me desculpar, mas estou aqui na piscina, tomando uma cerveja... Você se importa?’. Eu falei: ‘Se tivesse me avisado, eu teria pegado uma também’”, conta Giovana, aos risos. Filipe completa: “Conheci o Magal numa situação parecida. Ficamos tomando cerveja madrugada adentro”.

No papo com Filipe, Magal fez dois pedidos: “Eu só queria que ele captasse os meus olhares e que colocasse para fora o seu lado feminino. Eles me ajudaram a conquistar o meu lugar e a interpretar Sidney Magal, personagem que criei. Sim, porque não ando nem falo daquele jeito nas ruas, só nos palcos”, diz o cantor.

Magal e Magali participam da cena final do longa-metragem, ao som de “Tenho”. “Foi bem emocionante! O casal foi ao set acompanhado pelos três filhos e pela netinha. Todos vibrando com a gente”, conta Giovana.

fonte:https://extra.globo.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário