Mortalidade infantil cai 39% na região em 23 anos, revela pesquisa da Fundação Seade
Foto: TV Brasil/Reprodução
Em 2000, a taxa era de 17,62 óbitos por mil nascidos vivos, enquanto em 2023 foi de 10,79, com o registro de 94 óbitos infantis entre os 8.711 nascimentos ocorridos ao longo do ano passado
REGIÃO - CAIO GERVAZONI de O Imparcial de Presidente Prudente
A taxa de mortalidade infantil na Região Administrativa de Presidente Prudente sofreu uma redução de 39% entre 2000 e 2023, conforme aponta a mais recente pesquisa da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) . Em 2000, a taxa era de 17,62 óbitos por mil nascidos vivos, enquanto em 2023 foi de 10,79, registrando 94 óbitos infantis entre os 8.711 nascimentos ocorridos ao longo do ano.
A queda no oeste paulista acompanha uma tendência observada em todo o Estado de São Paulo, que encerrou o ano de 2023 com uma taxa de mortalidade infantil de 11,19, registrando 5.623 óbitos entre 503.393 nascidos vivos.
No Brasil, de acordo com o Observatório da Atenção Primária à Saúde, a redução do número de mortes de crianças com até 5 anos de idade entre 2000 e 2022, foi de 51,5%. No ano 2000, ocorreram 79.473 óbitos entre crianças de até 5 anos em um universo de 3.053.553 nascimentos. Em 2022, esse número caiu para 38.540 mortes entre 2.561.922 nascidos vivos no país. Em pouco mais de duas décadas, a taxa de mortalidade infantil no Brasil passou de 26 para 15 óbitos a cada mil nascimentos.
Pilares da melhoria
O sociólogo Marcos Lupércio Ramos atribui essa melhoria a três principais fatores: saneamento básico, educação infantil e atenção à saúde materno-infantil. Segundo Ramos, o saneamento básico é uma das maiores conquistas da região, com Presidente Prudente atingindo 100% de cobertura em água tratada, coleta e tratamento de esgoto. “Parece simples, mas o saneamento básico é fundamental para a queda da mortalidade infantil. No caso de Presidente Prudente, temos 100% de cobertura, o que é crucial para a saúde das crianças e da população em geral”, explica.
Outro ponto destacado pelo sociólogo é a expansão de vagas em creches, que, apesar de ainda não serem universalizadas, contribuem para o atendimento especializado na primeira infância. Ramos observa que as crianças em creches recebem cuidados diários importantes, o que tem impacto direto na sua saúde e desenvolvimento. Além disso, o sistema de saúde, apesar de desafios, oferece programas dedicados a gestantes e recém-nascidos, com destaque para as campanhas de vacinação. “Esses três fatores combinados têm sido fundamentais para a queda da taxa de mortalidade infantil na região”, avalia Ramos.
Segundo ele, esse conjunto de fatores evidencia que o combate à mortalidade infantil é uma questão multidimensional, onde melhorias em infraestrutura, educação e saúde precisam caminhar juntas.
“Poderia ser destacado também a melhor formação educacional dos pais, pois contribui para com a maior conscientização dos mesmos em termos dos cuidados necessários para a saúde de seus filhos”, acrescenta o sociólogo ao enfatizar o papel da formação educacional dos pais.
Importância do mapeamento
Para Ramos, o mapeamento constante da mortalidade infantil é um recurso valioso para o planejamento e a correção de políticas públicas. “A coleta de dados periódica permite avaliar programas já implementados em saneamento básico, educação infantil e saúde neonatal, possibilitando a correção de rumos ou a ampliação dessas políticas. A universalização do acesso a creches, por exemplo, seria um avanço importante”, acrescenta o sociólogo.
Esses dados e estudos, conforme Ramos, também são essenciais para um entendimento mais amplo sobre a qualidade de vida na região, no Estado e no país. “Mapas diagnósticos como os da mortalidade infantil permitem uma visão mais clara sobre onde estamos e para onde devemos ir. Eles fornecem parâmetros para reivindicar melhorias e contribuem para o planejamento de ações públicas que promovam a melhoria das condições de vida e, consequentemente, dos indicadores sociais”, considera o sociólogo.
Fonte: Fundação Seade
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