Cresce fatia de mulheres de classes B e C entre apostadores de 'bets' no Brasil, revela pesquisa
Foram entrevistados 400 jogadores, acima de 18 anos, de diferentes classes sociais, em todas as regiões do país
Por Ana Clara Veloso — Rio de Janeiro
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
As apostas esportivas on-line estão cada vez mais populares no Brasil. Segundo levantamento inédito feito pela HSR Specialist Researchers, grupo que realiza pesquisas de mercado em toda a América Latina, 49% dos apostadores começaram a atividade no último ano. Mas um grupo aumentou ainda mais sua participação: entre mulheres das classes B e C, 66% iniciaram as apostas nos últimos 12 meses.
O estudo “Da Indiferença à Paixão: a Jornada do Engajamento Através das Gerações” ouviu 3.500 pessoas sobre mais de 20 temas. Em relação a apostas on-line, foram entrevistadas 500 pessoas, 400 delas jogadoras, acima de 18 anos, de diferentes classes sociais, em todas as regiões do país. E revelou que 76% dos jogadores fazem apostas pelo menos uma vez por semana.
— Eles jogam com uma frequência muito alta, que caracteriza um hábito realmente — avalia Naira Maneo, sócia-diretora da Minds & Hearts, empresa membro da HSR, especializada em comportamento humano: — Essas plataformas têm um poder de vício muito rápido, pois têm um prazer associado a isso. Me lembra então muito a indústria de cigarro e de bebida. Se é dito "beba com moderação", não está no estágio de falar "jogue com moderação?".
Ainda de acordo com a pesquisa, quase 55% daqueles que apostam muito frequentemente, ou seja, quase todos os dias, disseram que já sentiram que perderam o controle ao fazer apostas on-line.
O levantamento traz alguns insights para marcas que atuam no território "bet". Um deles é justamente a troca da comunicação que promete ganhos financeiros rápidos por um chamado à diversão. Além de mais responsável, a medida pode trazer ganhos para os negócios, visto que diferentes gerações jogam por diferentes motivos. Para apostadores de 18 a 25 anos, o apelo principal das bets é financeiro. Já para os mais velhos, diversão e socialização ganham mais importância.
Outra dica para as empresas é direcionar o marketing para esportes além do futebol, a fim de encontrar novas oportunidades de engajamento e ampliar as bases de usuários. De acordo com o levantamento, os apostadores também estão interessados em dar seus palpites no vôlei e no basquete.
— O futebol, que ainda tem amplo interesse pelos apostadores, não está sozinho. O vôlei apareceu em todas as gerações, e o basquete, nas gerações X e Y — comenta Lucas Pestalozzi, sócio-diretor da Blend New Research, empresa membro da HSR, especializada em Voz do Consumidor (VoC).
fonte:https://extra.globo.com/
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