quarta-feira, 9 de abril de 2025

 Paolla Oliveira fala sobre a pressão de fazer ‘Vale tudo’ e relembra papo com Renata Sorrah: ‘Uma gentileza sem fim’ 

A atriz reconhece que as comparações com a novela original são inevitáveis 

Helena Almeida Roitman, a Heleninha (Paolla Oliveira) — Foto: Divulgação/Globo


 Foto: Divulgação/Globo

Por Zean Bravo

Paolla Oliveira afirma que a pressão para dar vida a Heleninha na nova versão de “Vale tudo” é imensa, mas reconhece que as comparações com a novela original são inevitáveis. Elogiada por suas primeiras cenas na trama, a atriz, de 42 anos, recebeu uma bênção especial no ano passado, ao se encontrar com Renata Sorrah, intérprete da personagem na versão de 1988.

— “Vale tudo” é uma novela que ainda está muito viva nas redes sociais. E não tem apenas um personagem icônico. São alguns. As pessoas postam várias cenas da Heleninha até hoje. Eu liguei para Renata, e ela foi de uma gentileza sem fim. Depois, fui vê-la no teatro e ela disse que estava feliz de verdade por eu ter sido escolhida. Tenho o maior respeito pela Renata. Não vou tentar me aproximar do que ela já fez. Vou por outro caminho. É muito difícil para algumas pessoas entenderem como funcionam as releituras de clássicos como “Vale tudo” — conta a atriz, em entrevista exclusiva ao Sessão Extra.

Com mais de 20 anos de carreira na TV — seu primeiro papel de destaque foi em “Belíssima” (2005) —, Paolla é franca ao falar do desafio do remake.

— O que não tem pressão hoje em dia? A qualquer lugar que você vá, está sendo visto, cobrado. E como recontar uma história como essa e fazer com que seja tão boa quanto? As pessoas adoram comparar tudo. Ainda mais quando existe uma obra anterior. Quem é muito apegado ao original vai sofrer. Mas a gente está preparado. Manuela Dias (autora) está sendo muito fiel ao texto e feliz também nas mudanças — acredita ela.

Logo nos primeiros capítulos, Heleninha retornou de um período numa clínica de reabilitação, onde esteve em tratamento por conta do vício em álcool. De volta à rotina, ela tenta reconquistar a confiança do filho, Tiago (Pedro Waddington), cuja guarda está com o pai, Marco Aurélio (Alexandre Nero). Para Paolla, dar vida à personagem em 2025 exige um olhar mais empático, refletindo não apenas as mudanças na sociedade, mas também uma nova forma de contar essa história.

— Hoje as pessoas sabem que o alcoolista (pessoa que sofre com o alcoolismo) tem uma doença. Mas ainda assim ela carrega um estigma. E em todo tipo de problema a mulher tem sempre uma carga maior. Fui em reunião do AA (Alcoólicos Anônimos) mistas e só com mulheres. Elas se culpam mais. Existe uma questão moral. Umas bebem e saem com pessoas que não conheciam, outras esquecem de buscar o filho na escola... Para a mulher, fica um peso maior. É muito triste. As pessoas confundem doença com desvio de caráter — aponta a atriz, que completa: — Será que a postura das pessoas diante dessas mulheres seria a mesma se fosse um homem?

Já durante suas pesquisas, Paolla diz ter passado a enxergar a bebida alcoólica sob uma nova perspectiva:

— Não consigo mais me comportar como antes. Passei a perceber, ao meu redor, pessoas que fazem uso abusivo do álcool e que talvez nem se deem conta disso.

fonte:https://extra.globo.com/

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