quarta-feira, 29 de maio de 2024

Carne vermelha tem sido mais consumida por brasileiros com redução nos preços, mostra pesquisa

Acompanhando alívio no custo, proteína animal tem sido mais consumida. 'Plant based' também ganha espaço 

Por Leticia Lopes — Rio de Janeiro


Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo

Depois de períodos de carestia, a carne parece voltar para a mesa das famílias brasileiras. Uma pesquisa da organização Good Food Institute (GFI) Brasil mostrou que, no ano passado, 56% da população consumia proteína bovina pelo menos duas ou mais vezes por semana. O patamar é superior aos 47% observados em 2022.

Os pesquisadores ouviram mais de duas mil pessoas das classes A, B e C de todas as regiões do país e analisaram que o aumento observado no consumo de carne de boi pode estar ligado à redução do preço após um período de alta nos últimos anos, principalmente depois da pandemia.

Para se ter um ideia, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, calculou que a carne bovina fechou 2020 numa alta de 17,97% — muito acima da inflação geral daquele ano, que ficou em 4,52%.

No ano seguinte, a proteína ficou mais barata, mas ainda pesando no bolso das famílias, com um aumento acumulado de 8,45%. Alguns cortes, aliás, quase desapareceram dos cardápios de muitas famílias por causa de aumentos expressivos, como a picanha (17,36%) e o filé mignon (30,91%).

Em 2022, o patamar caiu mais, com a carne bovina acumulando alta de 1,84%. O alívio veio de fato no ano passado, quando o produto encerrou dezembro numa queda de 9,74%. Em alguns cortes, a redução passou de 10%, como nos casos das peças nobres: alcatra (-10,72%), picanha (-10,69) e filé mignon (-10,44%).

Já nos primeiros meses desse ano, a tendência é também de melhora. No acumulado de 12 meses, as carnes fecharam abril com queda de 8,65%.

Enquanto 56% dos brasileiros dizem comer carne de boi pelo menos duas vezes na semana, a presença da proteína de frango é superior, com 65% das famílias relatando consumi-la. De acordo com a pesquisa da GFI Brasil, esse patamar se manteve estável quando se compara 2023 com o ano anterior, mesmo movimento do consumo de carne suína (19%) e peixes (9%).

Na hora de encher os carrinhos, porém, consumidores ainda esperam por algum alívio nos preços. O representante comercial Renato Tribuzy, de 53 anos, diz que voltou a comer carne vermelha com mais frequência, mas que cortes de frango ainda são mais frequentes por causa do preço.

— Está melhor, mas ainda pesa. Acabo consumindo mais carne quando almoço fora. Sai mais em conta — diz.

Ainda de acordo com o estudo, 36% dos brasileiros reduziram o consumo de carne vermelha nos últimos 12 meses. Destes, 38% citam a saúde como principal motivo para a redução, enquanto 35% apontam o custo elevado como razão. Melhorias na digestão (30%), redução do colesterol (25%) e perda de peso (22%) também foram mencionadas.

Enquanto a proteína animal volta a ganhar protagonismo nos pratos brasileiros, seus substitutos vegetais também ganham espaço.

As chamadas carnes "plant-based" são consumidas por 39% das pessoas, ainda que esporadicamente, com 17% as consumindo ao menos uma vez por semana. Já versões vegetais de leite e seus derivados são consumidos por 60% dos entrevistados, dos quais 33% fazem esse consumo pelo menos uma vez na semana.

fonte:https://extra.globo.com/

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