quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Carne da galinha caipira deve ser bem cozida para evitar toxicaríase humana, mostra pesquisa em Prudente


Foto: Freepik

Estudo realizado na Unoeste encontrou vermes vivos no fígado desse tipo de ave, transmissores de doença que pode afetar rins, pulmões, sistema nervoso e até visão
PRUDENTE - DA REDAÇÃO de O Imparcial de Presidente Prudente
A galinha caipira para consumo deve ter a carne bem cozida. O alerta é reforçado por pesquisa em Presidente Prudente que encontrou larvas viáveis (vermes vivos) no fígado desse tipo de ave, transmissores da toxicaríase humana: infecção com consequências danosas.
São implicações variadas e que inclui insuficiências hepática e pulmonar. Se for para o olho, pode diminuir o grau de visão e até provocar cegueira. No sistema nervoso, pode causar meningoencefalite e epilepsia, entre outras doenças.
O fator de risco das galinhas como hospedeiras do parasita está na presença de cães nas propriedades, especialmente filhotes. O professor orientador do projeto, professor Vamilton Alvares Santarém, explica que, no ciclo do parasita, ocorre a transferência à placenta e os filhotes liberam mais ovos que os animais adultos.
A prevenção ao grave problema está na vermifugação dos animais, com o objetivo de livrá-los de parasitas intestinais (vermes), com a recomendação de que seja por médico veterinário, mediante avaliação para fazer a prescrição.
O estudo sobre larva de parasita de cão (toxocara spp) em fígado e sistema nervoso central de galinhas caipiras em pequenas propriedades foi desenvolvido na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).
Descoberta de larvas
Já havia sinal de alerta em estudo feito em Feira de Santana, município do interior da Bahia, que encontrou anticorpos, mas não havia larvas. O estudo atual em Prudente encontrou larvas viáveis em galinhas de quatro de 16 pequenas propriedades inseridas na pesquisa.
Em nível de Brasil, o ineditismo está em fazer avalições diretamente em propriedades. A importância do resultado colocou a pesquisa em relevo no 22º Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária, onde ficou no top 3 dos trabalhos apresentados.
Primeiro, o trabalho foi um dos 78 selecionados de 804 inscritos no evento do CBPV (Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária), que este ano foi sediado em Pirenópolis, no interior de Goiás, de 10 a 13 deste mês.
Antes, o mesmo trabalho foi premiado em 1º lugar no 13º SIC (Simpósio de Iniciação Científica) do 29º Enepe (Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão), realizado de 21 a 14 de outubro na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), nos campi de Prudente, Jaú (SP) e Guarujá (SP).
Bolsa de iniciação
O estudo foi feito através do Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), com bolsa concedida à universidade pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Com bolsa de iniciação científica, a estudante de Medicina Veterinária, Joyce Aparecida da Silva, realizou a pesquisa com orientação do professor Vamilton Alvares Santarém, vice-coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde.
Conforme Joyce, a bolsa Pibic/CNPq/Unoeste é muito importante por estimular no aluno o interesse pela pesquisa e o desenvolvimento acadêmico e pessoal ao ir buscar produzir novos conhecimentos. Com bolsa de estudos do Prouni (Programa Universidade para Todos), Joyce ingressou no curso em 2021, egressa do ensino fundamental e do ensino médio no Sesi (Serviço Social da Indústria) de Santo Anastácio.
A vocação vem de gostar de animais e foi reafirmada na Feira de Profissões da Unoeste, em 2019. Foi quando conheceu e se encantou com a estrutura do curso, incluindo o Hospital Veterinário, no campus 2. Teve contato com alguns professores e, naquela ocasião, entendeu que estava confirmado seu interesse em ser médica veterinária.
Agora, como estudante, tem plena convicção disso e se sente inclinada em seguir pesquisando, fazendo mestrado e doutorado. Joyce é filha única e o grande orgulho de seus pais, a doméstica Maria Nice da Silva e o pedreiro Zilmar da Silva. É orgulho também para os seus professores, especialmente Vamilton que recebeu mensagem de seu colega Alexandro Amarante, do campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu (SP), elogiando a apresentação de Joyce no Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária.

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