Condenado que matou menina de 10 anos por 'fantasia canibal' diz que 'merece morrer'
Kevin Ray Underwood, de 44 anos, será executado por injeção letal nesta quinta-feira nos EUA
Por Fernando Moreira
Foto: Reprodução/Oklahoma Department of Corrections
Um condenado à pena capital que matou uma menina de 10 anos como parte de uma "fantasia canibal" declarou que "merece morrer" pelo crime cometido.
A declaração de Kevin Ray Underwood, de 44 anos, foi dada após audiência na qual um pedido final de clemência foi rejeitado por tribunal de Oklahoma (EUA) na semana passada. O detento receberá uma injeção letal de três drogas para a sua execução programada para esta quinta-feira (19/12), a 25ª e última execução nos EUA neste ano.
"Eu reconheço que, embora eu não queira morrer, mereço pelo que fiz", disse Kevin em vídeo da prisão, de acordo com o jornal "The Oklahoman". "E se minha morte pudesse mudar o que eu fiz, eu morreria de bom grado", completou ele.
Em 2006, o condenado atraiu Jamie Rose Bolin, que era uma vizinha, para seu apartamento em Purcell antes de bater na cabeça da menina com uma tábua de corte e depois estrangulá-la.
Ele admitiu que o assassinato, no qual quase decapitou a pequena Jamie na sua banheira, era parte de uma fantasia sexual e canibal, embora ele não tenha acabado devorando partes do corpo da jovem, como inicialmente pretendia.
Kevin afirmou à época que tentara fazer sexo com o cadáver dela como parte de sua fantasia doentia, mas que o ato de necrofilia acabou não se consumando.
O americano também se desculpou com a família da vítima e com a sua própria família.
"Eu não acredito que fiz essas coisas. A pessoa que eu era nas semanas que antecederam aquele evento não é quem eu sou agora", disse ele.
O procurador-geral de Oklahoma, Gentner Drummond, aplaudiu a decisão de negar clemência "para este monstro profundamente maligno e garantiu que a justiça será feita para Jamie Rose Bolin".
A equipe jurídica de Kevin argumentou que ele não deveria ser condenado à morte porque ele tem uma longa lista de problemas de saúde mental, incluindo transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno bipolar e de pânico, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de personalidade esquizotípica e parafilias sexuais desviantes.
Kevin passou a vida "na periferia", com medo de se envolver e incapaz de formar conexões significativas ou de longo prazo com aqueles ao seu redor, incluindo colegas e parentes, contou reportagem no "USA Today".
"Ele continuou ‘estranho’ e ‘diferente’. Ele era um pária social que sofria bullying e tinha que contar com amigos e familiares para resgatá-lo", de acordo com documentos judiciais.
Seu pai, que "sempre esperou" que Kevin superasse os seus problemas de depressão e ansiedade, foi sempre duro com ele, de acordo com reportagem de março de 2008 do "Oklahoman".
O americano "claramente sentia que nunca chegaria ao nível de seu pai, que era o homem de verdade", e tinha medo de que seu pai pensasse que ele era gay, de acordo com um psicólogo que testemunhou no julgamento de março de 2008.
Larry "Beau" Underwood disse aos jurados que sempre quis que seu filho se tornasse mais do que ele era, mas que também sempre o amou.
"Mais do que tudo", disse o gerente de mercado de carnes, em audiência, "mas eu não disse a ele o suficiente".
fonte:https://extra.globo.com/
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