Reclusos
conquistam medalhas de bronze e Menções Honrosas na Obmep de 2024
A Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) para Pessoas Privadas de
Liberdade (PPL), há 13 anos, vem revelando talentos nas unidades prisionais
geridas pela Polícia Penal e vinculadas à Secretaria da Administração
Penitenciária (SAP). A 19ª prova, realizada em 2024, premiou três reclusos com
medalhas de bronze e 14 com menções honrosas.
Com o
objetivo de estimular o estudo da matemática e de contribuir para a melhoria da
qualidade da educação básica, a OBMEP premia estudantes do 6º ano do
Ensino Fundamental ao 3º ano do ensino médio, além de promover a inclusão
social por meio da difusão do conhecimento. A ação é uma realização do
Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com apoio da Sociedade
Brasileira de Matemática (SBM) e com recursos dos Ministérios da Educação (MEC)
e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Premiações
Reclusos de unidades prisionais das Coordenadorias de Execuções Penais das
Regiões Oeste, Noroeste e Metropolitana do Estado de São Paulo vêm garantindo o
merecido destaque na conquista de prêmios. Para a 19ª edição, por exemplo, os
detentos conseguiram 14 Menções Honrosas. Já na medalha de bronze, o prêmio foi
para S.M.A. de 51 anos.
Preso na
Penitenciária "Cabo Marcelo Pires da Silva" de Itaí, S.M.A. é oriundo
da Espanha. De acordo com o estudante, desde sua entrada no sistema prisional
no Brasil, sua decisão foi aproveitar o tempo livre para os estudos oferecidos
no estabelecimento penal. “Estou muito feliz e orgulhoso por ter
conquistado a medalha de bronze. Quero continuar estudando para aprimorar meu
trabalho que é na área de construção civil", revelou.
Outro exemplo vem da Penitenciária I do Complexo
de Lavínia. De acordo com M.S.A.S., a premiação da olimpíada com a medalha de
bronze foi algo especial em sua vida. “Valeu a pena a dedicação nos meses em
que me preparei estudando”, avaliou. Ele acredita que é importante as pessoas
privadas de liberdade participarem de exames como o da OBMEP por ser uma
oportunidade única.
Em se
tratando de Menção Honrosa, as penitenciárias “Nilton Silva” de Franco da Rocha
e “ASP Joaquim Fonseca Lopes” de Parelheiros também registraram a conquista do
prêmio por detentos que cumprem pena nas unidades prisionais. Todos foram
unânimes ao declarar a importância do aprendizado, mesmo quando restritos de
liberdade.
L.G.B
cumpre pena em Parelheiros. Ele destacou que a OBMEP despertou nele o desejo de
fazer curso superior na área contábil. Ele relata que aos 15 anos largou a
escola para trabalhar e ajudar sua mãe. Voltar a estudar e poder participar da
olimpíada teve um significado especial em sua vida.
L.H.F.S., também de Parelheiros, agradeceu a oportunidade de participar da
prova. Destacou que essa ação em específico o fez ver a importância dos
estudos.
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